Compositor: Não Disponível
A árvore cai com o murmúrio do olho que sussurra à boca
Ofensa, culpa, segredo simples
Avança como um fluxo de metano
Arroxeia minha gangrena dos pés à cabeça
Eu estou sangrando, para você minha raça humana
Adormecida no canto do mundo
Imundo, é o reflexo do pecado grave demais para suportar, por isso o carrego
Eu sou a criança escolhida, conquistada
Nascido na sua terra prometida, sujeito ao meu chicote
Que dilacera as carnes perdidas
Que se distanciaram
Do caminho correto, o meu caminho
Será que você ainda quer me ouvir lamentar e reclamar?
Não!
Você, misture-se, relaxe-se, arraste-se ainda no ar putrefato e quente
Pois em breve eu virei te salvar
Minha coroa de espinhos inserida na cabeça
Eu, diligente, obedeço ao grande mestre
E lambo até perder o fôlego, quase morta
Eu estou sufocando, me asfixiando na sua direita, mas mesmo assim
Eu assisto um filme que rola toda a vida, os tipos e, por vezes imaginada
Você, misture-se, relaxe-se, arraste-se ainda, espere a tua morte
Seu corpo adormece na minha visita indolor
E eu sangro
Com as quatro veias, com os quatro sangues
Para que minha auréola torne-se um diadema!
E que um dia, cintilante, torne-se bem brilhante
Durma tranquilo, impassivo
Pois do alto do meu trono, eu te protejo
Eu te protejo!
Você, misture-se, relaxe-se, arraste-se ainda, espere a tua morte, implore
Aqueles que você ama, te estendem a mão e te deixam à própria sorte
A ironia do destino?
A sorte!
Pequeno, sente-se contra mim, em mim
Eu estou por toda parte, sedento
Venha ao meu estupro
Tua alma está em chamas
Eu sou aquele que exaurirá a sua vida
Eu sou aquele que exaurirá a sua vida